10 critérios para escolher um MSSP no Brasil

Escolher um provedor de serviços gerenciados de segurança (MSSP) é uma decisão crítica para qualquer empresa que leve cibersegurança a sério. Com dezenas de fornecedores no mercado, é fácil se perder em promessas vagas e termos genéricos. 

Mas como separar o discurso da entrega real? 

Neste artigo, listamos 10 critérios práticos para escolher um MSSP no Brasil, com foco em cobertura, credibilidade, integração e resultado. Ao final, você pode baixar uma tabela de ponderação para comparar diferentes fornecedores com base nesses critérios. 

 

Por que os critérios importam? 

Um MSSP ruim não só deixa sua empresa vulnerável — ele também consome tempo, recursos e confiança. Quando a segurança é terceirizada, o parceiro precisa agir como uma extensão da sua equipe: alinhado com seu negócio, disponível 24×7 e com capacidade de resposta rápida e mensurável. 

Por isso, antes de assinar qualquer contrato, valide com atenção os critérios abaixo. 

 

1. Cobertura 24×7 de verdade 

Um dos principais diferenciais de um MSSP é garantir monitoramento contínuo, inclusive fora do horário comercial. Isso significa: 

  • Time próprio, ativo durante toda a madrugada 

  • Infraestrutura redundante para manter operação contínua 

  • Alertas investigados e respondidos em tempo real 

Atenção: muitos MSSPs dizem operar 24×7, mas só repassam alertas por e-mail fora do horário comercial. Exija clareza sobre o processo de resposta durante a madrugada, fins de semana e feriados. 

 

2. SLA mensurável e contratual 

Um bom provedor trabalha com SLA claros, definidos em contrato. Exemplos: 

  • Tempo máximo para resposta a alertas críticos 

  • Prazo para envio de relatórios 

  • Tempo de retenção de logs e evidências 

  • Janelas de manutenção e atualização 

Evite fornecedores que trabalham apenas com “melhores esforços”. O SLA é o seu escudo para cobrar desempenho. 

 

3. Certificações reconhecidas 

Certificações não são só formalidade — elas indicam maturidade e compromisso com boas práticas. As mais relevantes para MSSPs são: 

  • ISO 27001: gestão de segurança da informação 

  • ISO 20000: gestão de serviços de TI 

  • SOC 2: controles de segurança e privacidade (muito exigido por empresas globais) 

  • CERT.br/CERT-CC: reconhecimento como centro de resposta oficial 

Peça os certificados. Verifique validade e escopo. 

 

4. Capacidade de integração com seu ambiente 

O MSSP ideal precisa integrar-se ao seu ecossistema de segurança — seja com ferramentas que você já possui (SIEM, EDR, firewalls) ou oferecendo uma stack completa. 

Pergunte: 

  • O que eles conseguem monitorar hoje? 

  • Quais integrações já têm homologadas? 

  • Como é o processo de onboarding técnico? 

Evite soluções “caixa fechada” que forçam a troca de ferramentas já utilizadas pela sua equipe. 

 

5. Modelo operacional e playbooks 

Pergunte como o MSSP atua na prática. Eles têm playbooks documentados para: 

  • Ransomware 

  • Phishing 

  • Escalada de privilégios 

  • Movimento lateral 

  • Vazamento de dados 

Playbooks bem definidos reduzem erros, aceleram a resposta e dão mais previsibilidade ao seu time interno. 

 

6. Cases locais e experiência no Brasil 

Segurança tem muito de contexto. Ter experiência no Brasil ajuda o provedor a lidar melhor com: 

  • Compliance local (LGPD, Bacen, ANS, CVM) 

  • Perfil de ameaças mais frequentes no país 

  • Fuso horário, idioma e cultura de TI 

  • Restrições legais de armazenamento e tráfego de dados 

Peça cases de clientes brasileiros — especialmente do seu setor — e avalie a profundidade técnica da entrega. 

 

7. Equipe própria e especializada 

Um bom MSSP não terceiriza o core da operação. Pergunte: 

  • Quem são os analistas que vão cuidar da sua conta? 

  • Eles trabalham de onde? Com quais ferramentas? 

  • Qual o nível de certificação técnica (CISSP, OSCP, CompTIA Security+, etc.)? 

A qualidade da equipe é o que garante a detecção, resposta e comunicação clara durante incidentes. 

 

8. Transparência e dashboards 

Você precisa enxergar o que está acontecendo. Um MSSP confiável oferece: 

  • Portais com visibilidade em tempo real 

  • Relatórios claros (não apenas logs brutos) 

  • Classificação de incidentes por severidade 

  • Indicadores de performance (KPIs) 

Evite fornecedores que dificultam o acesso aos dados ou criam dependência total da equipe deles. 

 

9. Flexibilidade de contrato e crescimento 

Sua operação vai mudar. O MSSP precisa acompanhar esse crescimento. Avalie: 

  • Facilidade para aumentar escopo (ex: nova filial, novo sistema) 

  • Possibilidade de reduzir serviços temporariamente 

  • Preços proporcionais ao consumo real (por volume de logs, por usuários, etc.) 

Modelos engessados acabam encarecendo no longo prazo ou limitando a evolução da sua estratégia de segurança. 

 

10. Alinhamento com a sua área de segurança 

Por fim, o MSSP não deve competir com seu time interno — ele deve complementar. 

Isso exige: 

  • Reuniões de alinhamento regulares 

  • Comunicação em português 

  • Abertura para revisar regras, ajustar alertas e compartilhar conhecimento 

  • Capacidade de atuar como parceiro, e não apenas fornecedor 

Segurança é colaboração. O MSSP ideal entende suas dores, fala a sua língua e age como extensão do seu time. 

 

Conclusão 

Escolher um MSSP exige muito mais do que preço ou reputação de marca. É uma escolha técnica, estratégica e que impacta diretamente a segurança, a conformidade e a continuidade da sua operação.