Implementação de MFA sem atrito: práticas recomendadas do Requisito 8 do PCI DSS

Com a chegada do PCI DSS 4.0, a exigência de autenticação multifator (MFA) se tornou ainda mais abrangente. Agora, empresas que processam, armazenam ou transmitem dados de cartão precisam garantir MFA para todos os acessos administrativos e de usuários com privilégios ao ambiente PCI. Mas como fazer isso sem criar atrito para os usuários? 

Neste artigo, vamos apresentar práticas recomendadas para uma implementação de MFA PCI DSS que equilibre segurança e experiência do usuário (UX), abordando o uso de notificação por push, FIDO2, biometria e até autenticação adaptativa.

 

O que o Requisito 8 do PCI DSS exige em relação ao MFA? 

 

A partir da versão 4.0 do PCI DSS, o Requisito 8 tornou obrigatória a MFA para todos os acessos administrativos, mesmo os locais (não apenas acessos remotos). Além disso, a MFA é exigida para usuários com privilégios elevados e para qualquer acesso remoto ao ambiente PCI. 

A norma também trouxe um ponto crucial: os fatores de autenticação devem ser independentes entre si, conforme descrito no item 8.6. 

 

O desafio: proteger sem prejudicar a experiência do usuário 

 

Embora o foco do PCI DSS seja segurança, nenhuma empresa quer um sistema de autenticação que cause atrasos, frustração ou impacto na produtividade. 

Por isso, o desafio é claro: implementar MFA de forma segura, mas sem atrito desnecessário. 

A boa notícia é que, com as soluções certas, é possível cumprir os requisitos e ainda oferecer uma experiência fluida. 

 

Práticas recomendadas para MFA PCI DSS com boa UX 

 

Abaixo estão as principais práticas para implementar MFA PCI DSS de forma eficiente, com foco na usabilidade. 

 

✅ 1. Adote notificação por push como fator de autenticação

 

Como funciona: 
O usuário tenta acessar o sistema e recebe uma notificação push no smartphone, onde apenas precisa aprovar ou rejeitar o acesso. 

Vantagens

  • Processo rápido e familiar para o usuário; 

  • Reduz digitação de códigos numéricos; 

  • Possibilidade de adicionar geolocalização e detecção de anomalias. 

Exemplos de ferramentas: 
Duo Security, Microsoft Authenticator, Okta Verify. 

Atenção: Garanta que o push seja apenas um dos fatores, combinado com senha ou biometria. 

 

✅ 2. Considere a adoção de FIDO2 e autenticação sem senha

 

O que é FIDO2: 
Um padrão de autenticação que elimina o uso de senhas, usando chaves criptográficas baseadas em hardware ou biometria local. 

Benefícios para PCI DSS: 

  • Alta resistência a phishing; 

  • Independência dos fatores, atendendo ao Requisito 8.6; 

  • Melhora significativa na UX, com autenticação rápida. 

Exemplos de dispositivos FIDO2: 

  • YubiKey; 

  • Tokens de segurança USB; 

  • Windows Hello (para biometria com FIDO2). 

Dica: A combinação de senha + FIDO2 ou biometria + FIDO2 é altamente recomendada para ambientes PCI. 

 

✅ 3. Implemente autenticação adaptativa

 

O que é autenticação adaptativa? 
É um modelo onde o nível de autenticação varia de acordo com o risco da tentativa de acesso. 

Exemplo prático: 
Se o usuário está acessando de um local conhecido, com um dispositivo de confiança, o sistema pode exigir apenas o segundo fator simples. Se o acesso for de um local novo ou de um dispositivo desconhecido, um fator extra (ou desafio de risco) é acionado. 

Benefícios: 

  • Redução de fricção no dia a dia; 

  • Reforço de segurança em situações de risco; 

  • Flexibilidade operacional. 

Importante: A autenticação adaptativa não substitui a MFA, mas pode ser uma camada extra para melhorar a experiência sem comprometer a conformidade. 

 

✅ 4. Garanta independência real entre os fatores de autenticação

 

O PCI DSS 4.0 exige que os fatores de autenticação sejam de categorias diferentes e tecnicamente independentes. 

Correto 

Incorreto 

Senha + Token físico 

Senha + PIN na mesma aplicação 

Senha + Notificação por Push 

Senha + SMS para o mesmo dispositivo 

Biometria + Token FIDO2 

Duas senhas 

Dica: Documente claramente quais fatores estão sendo usados e como eles são independentes, para apresentar como evidência durante a auditoria. 

 

✅ 5. Faça a integração da MFA com seu sistema de identidade centralizado (IAM) 

Para reduzir impacto na administração e evitar múltiplos pontos de falha, integre sua solução de MFA com: 

  • Active Directory; 

  • Azure AD; 

  • Okta; 

  • Ping Identity. 

Benefícios: 

  • Facilidade na gestão de usuários; 

  • Centralização das políticas de acesso; 

  • Melhor visibilidade para a equipe de segurança. 

 

✅ 6. Prepare e eduque os usuários finais

 

Um rollout de MFA só terá sucesso se os usuários estiverem bem informados. 

Recomendações: 

  • Realize campanhas de comunicação interna antes da implantação; 

  • Forneça manuais simples sobre como configurar os fatores (ex: como instalar o aplicativo autenticador); 

  • Tenha uma equipe de suporte pronta para resolver dúvidas iniciais. 

Dica: Treinamentos de conscientização em segurança já são exigência do PCI DSS (Requisito 12.6), então aproveite para incluir a MFA nesse conteúdo. 

 

✅ 7. Monitore e teste a efetividade da MFA regularmente

 

O PCI DSS exige monitoramento contínuo de acessos. 

Ações recomendadas: 

  • Gere relatórios mensais de tentativas de login falhas; 

  • Revise os logs de autenticação para detectar bypass de MFA; 

  • Teste o funcionamento da MFA em todos os sistemas críticos regularmente. 

Ferramentas úteis: SIEMs como Splunk, Microsoft Sentinel ou IBM QRadar. 

 

Como a Cipher pode ajudar na implementação de MFA PCI DSS? 

 

A Cipher oferece serviços especializados para garantir que sua empresa atenda ao Requisito 8 do PCI DSS sem prejudicar a experiência dos usuários. 

Nosso serviço inclui: 

✅ Análise de ambiente para escolha da melhor solução de MFA (FIDO2, push, biometria, etc.); 
✅ Apoio na implantação técnica; 
✅ Integração com sistemas de IAM existentes; 
✅ Treinamento para equipes internas; 
✅ Suporte na documentação de evidências para auditoria PCI DSS. 

 

Conclusão 

 

A exigência de MFA no PCI DSS veio para ficar, e com a versão 4.0, as empresas precisam se adaptar rapidamente. Mas isso não significa sacrificar a experiência dos usuários. 

Com boas práticas como autenticação por push, FIDO2, biometria e autenticação adaptativa, é possível cumprir os requisitos do PCI DSS e ainda melhorar a segurança geral da organização. 

Entre em contato com a Cipher e garanta uma implementação de MFA eficiente e sem atrito